quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Votar ou não votar

Os portugueses vão ser chamados a votar no próximo dia 23 de Janeiro, para escolher o próximo Presidente da República, e os receios são que estas eleições tenham a maior abstenção de sempre.
Porquê? Por várias razões: porque muitas pessoas pensam que Cavaco Silva já está reeleito, porque muita gente está farta dos políticos e da Política, porque a campanha eleitoral não tem sido muito esclarecedora para o português normal, nem sequer tem falado das questões que mais afectam as pessoas no seu dia a dia, como o desemprego, a carestia de vida, o aumento dos impostos, sem esquecer as acções de Cavaco Silva, os negócios com a SLN e ainda a tão propalada troca de vivendas e os amigos, vizinhos, que Cavaco Silva tem na Praia da Coelha em Albufeira.
O direito a votar em quem se quiser foi um direito ganho com o 25 de Abril. Antes havia eleições, mas eram uma fantochada encenada pelo regime, sem verdadeiros partidos democráticos, nem opções de escolha.
Apesar de eu ser ainda muito criança quando se deu o 25 de Abril, não posso deixar de considerar que o estabelecimento da Democracia representativa, que permite a qualquer cidadão escolher os deputados à Assembleia da República (e com isso o Governo), o Presidente da República, os órgãos do Poder Autárquico, foi uma conquista que não devemos desperdiçar.
São essas eleições que nos permitem assumirmos-nos como verdadeiros cidadãos. Por isso, se encolhemos os ombros, se não pomos os pés nas eleições, se escolhemos a abstenção por indiferença, estamos a desperdiçar um direito (e um dever democrático), mas, sobretudo, estamos a enjeitar a possibilidade de sermos cidadãos.
Faz-me muita impressão ouvir os jovens – sobretudo eles – dizer que não se interessam pela política, muito menos pelas eleições.
E dizer que os políticos são todos iguais, uns corruptos, a tratar apenas da sua vidinha esquecendo o povo. Em parte é verdade, mas não é toda a verdade.
E se nós – jovens e menos jovens – não nos assumirmos como cidadãos, então esses maus políticos vencerão.
É isso que queremos?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Prós e Contra - Cavaco Silva

PRÓS
Está todos os dias em campanha eleitoral; é o único candidato da Direita, tendo forte apoio do PSD e do CDS-PP; tem bons resultados nas sondagens, podendo ganhar na primeira volta; tem o apoio quase total dos órgãos de comunicação social.

CONTRAS
O país está mau e ele é cúmplice já que foi primeiro-ministro durante uma década e é PR quase cinco anos; ao contrário dos bons mandatos de Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, Cavaco Silva não mobilizou os portugueses. Não teve rasgo nem chama mobilizadora; assinou vários vetos durante o mandato com explicações e justificações contraditórias; teve uma má gestão de comunicação sobre os casos de "espionagem política do Governo ao PR" e também sobre o Estatuto dos Açores; negócios poucos claros e explicações quase nenhumas sobre a compra e venda de acções no BPN/SLN bem como do negócio de compra de uma casa no Algarve; muito eleitorado conservador não gostou da última declaração sobre o casamento gay, logo pode perder muitos votos nesta área política; caso seja eleito, desvalorizará o Estado Social e será um apoiante "silencioso" do PSD.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Prós e Contra - Manuel Alegre

PRÓS
Ninguém na área do PS se mostrou disponível para ser candidato (António Guterres, Jaime Gama, António Vitorino, Vítor Constâncio ou até Jorge Sampaio), por conseguinte, demonstra coragem em defrontar novamente Cavaco Silva; o PS está dividido? Não, apenas 10 militantes votaram contra na Comissão Nacional; é o candidato mais unificador à esquerda e o que tem mais hipóteses de vencer Cavaco Silva na segunda volta; tem um posicionamento político claro - o PS e não o BE. Ele é do PS e não do BE, ao contrário do que diz alguma comunicação social e dirigentes do PSD e do CDS-PP; Manuel Alegre tem uma vasta experiência política e já foi candidato presidencial; é uma pessoa séria e frontal, defendendo fortemente a ética, o humanismo e a cultura. Gosto de pessoas assim…; no período actual – crise financeira, económica e social – é bom ter na Presidência uma pessoa da Cultura e com sentido humanista. Não é importante ter um economista – Cavaco Silva – já que quem executa é o Governo.

CONTRAS
Está a ter uma estratégia de campanha eleitoral de algum zigue-zague táctico comunicacional; talvez pouco atractivo para o voto jovem e para os novos eleitores.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Castigo Pesado

Dia 23 os eleitores vão escolher o Presidente da República. Um exército de comentadores encartados e "resmas" de economistas resolveram fazer uma propaganda vergonhosa a favor do candidato Cavaco Silva. Ele próprio não resistiu a dizer que é o maior e neste tempo de crise é o único que pode salvar a pátria.
Era bom que o candidato estivesse a dizer a verdade e que os propagandistas ao seu serviço tivessem um átomo de razão. Portugal precisa mesmo de ser salvo e não vejo força humana capaz de cumprir essa tarefa.
Cavaco Silva foi um dos grandes coveiros de Portugal. E como lhe tomou o gosto, quer continuar a obra até ao último suspiro da pátria que ele garante ter capacidade para salvar. Mas um político que se comporta como ele, dificilmente vai ajudar os portugueses a sair do buraco profundo para onde foram atirados por ele e pelas suas hostes.
Cavaco nada tem a ver com os roubos do BPN ou com a Sociedade Lusa de Negócios. Nem sequer pode ser responsabilizado por uns quantos figurões que ele chamou para o seu Governo há 20 anos. Certo. Mas afinal sempre "comeu" 140% de lucros das suas “poupanças” que lhe foram colocados no prato por Oliveira e Costa com quem ele nada tem a ver, não ser um casinha de férias lado a lado no Algarve. Cavaco é danado para a brincadeira.
E nada tem a ver com o Orçamento Geral do Estado que faz os pobres ainda mais pobres. Mas foi ele que o assinou e foi ele que obrigou Passos Coelho a viabilizá-lo na Assembleia da República. Cavaco é responsável por grande parte da pobreza que existe em Portugal. Mas diz aos eleitores, com ar sonso, que tem pena dos pobrezinhos.
Cavaco teve a desfaçatez de dizer publicamente que tem a mulher por conta porque ela, coitadinha, tem uma reforma inferior a 800 euros. Num país a sério, onde os carneiros fizessem algo mais que marrar, o candidato, no domingo, ia para o lixo. Mas como estamos em Portugal, pode ser que ganhe já na primeira volta.
Maria Cavaco Silva foi professora universitária. Toda a gente sabe que um professor universitário não tem uma reforma inferior a 800 euros. Se ela tem de facto uma reforma tão pequena é porque não fez descontos ou porque preferiu outro sistema de segurança social.
Pode ser que a esposa de Cavaco Silva não se incomode por ser apresentada como alguém que vive à custa do marido. Mas há mulheres que dignamente trabalham e de forma orgulhosa afirmam “não quero viver à custa do meu homem”.
Mesmo que Maria Cavaco Silva tenha aceitado ser amesquinhada em público pelo marido, ele tinha a obrigação de ser comedido. Porque não é um “neca” qualquer que gasta o salário nos tascos e chega a casa e dá porrada na mulher. Ainda que fosse, esse comportamento indecoroso era inadmissível. Quem quer ser presidente da República não pode diminuir a sua mulher daquela maneira. Porque está a ofender todas as mulheres do país.
Pelo seu comportamento em relação ao BPN e Sociedade Lusa de Negócios, pelo seu comportamento durante o mandato anterior, pela forma como tratou em público a mulher, Cavaco pode ser eleito, mas não vai ser o presidente de todos os portugueses. E aqui está o problema que verdadeiramente conta.
O presidente da Tunísia, Bem Ali, há pouco tempo foi eleito com 90 por cento dos votos. Um dia destes teve de fugir do país, escorraçado por milhões de jovens em fúria, sem emprego e sem perspectivas de futuro. Os franceses, seus amigos da corda, nem sequer lhe querem dar asilo. Teve de ir para a Arábia Saudita.
Em Portugal há demasiados jovens que nunca tiveram um emprego ou têm um trabalho mais do que precário. Os tempos que vivemos são de vacas magras, há muitos anos, mesmo no tempo em que Cavaco lucrou 140% com as suas poupanças, ao fim de dois anos.
Não há dinheiro para enganar os tolos muito mais tempo. E o que se passou na Tunísia pode muito bem acontecer em Portugal ou outro país onde os dirigentes políticos não se comportem, como é claramente o caso de Cavaco Silva.
O melhor que pode acontecer ao candidato, é perder as eleições já no domingo. A vitória eleitoral pode ser um castigo bem mais pesado.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Prós e Contra - Fernando Nobre

PRÓS
Aprecio Fernando Nobre pelo seu currículo profissional e pelo facto de ser um candidato da chamada sociedade civil. Sempre acompanhei o seu percurso e trabalho na AMI; é um homem interessante de ouvir; tem prestigiado Portugal no mundo.

CONTRAS
Tem um percurso político pouco claro (apoiou o social-democrata Durão Barroso, o bloquista Miguel Portas e o socialista Mário Soares) que torna o voto nele, direi, num "cheque em branco"; nas entrevistas que tenho lido, noto que não tem uma ideia e um rumo claro para o país. Tem ideias genéricas e vagas. Por exemplo, ao nível da política externa, sobre a situação actual da União Europeia e sobre o relacionamento de Portugal com os EUA, onde é demasiado crítico e até radical; não apresenta propostas e soluções concretas e viáveis sobre vários temas.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Prós e Contra - Francisco Lopes

PRÓS
Máquina de campanha bem oleada pelo PCP; boa prestação nos debates e entrevistas televisivas.

CONTRAS
Pouco conhecido dos portugueses e a notoriedade é essencial em eleições; não levanta ideias e temas novos. O seu discurso é o mesmo de qualquer Deputado ou dirigente do PCP.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Prós e Contra - Defensor Moura

PRÓS
Posição coerente no combate à corrupção e ao clientelismo bem como pela defesa da regionalização.

CONTRAS
Demasiado crítico em relação ao partido que sempre o apoiou, o PS.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Prós e Contra - José Manuel Coelho

PRÓS
Boa implantação eleitoral na Madeira; sentido de humor, algo que faz falta na classe política, digo eu…

CONTRAS
É um comunista apoiado pelo Partido da Nova Democracia; demasiado populista; o menos mediático de todos os candidatos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pré-Campanha, Campanha e candidatos

A pré-campanha e, a campanha para a Eleição Presidencial, a realizar no dia 23, têm sido desmobilizadoras e bastante desprestigiantes para os Candidatos e para os Portugueses.
As "questões" trazidas para o debate público, são em grande maioria, alheias às competências do Presidente da República, previstas nos artigos 133º., 134º. e 135º. da Constituição, embora algumas possam " forçadamente " enquadrar-se no "saco", que é a alínea e) daquele art.º. 134º.: "pronunciar-se sobre todas as emergências graves para a vida da República". É que na realidade vigora em Portugal o sistema semipresidencialista, uma mistura de presidencialismo e parlamentarismo, em que o Chefe de Estado, apenas e só, tem as prerrogativas nos artigos enunciados. Assim, o Governo governa, o Parlamento fiscaliza o Governo e o Presidente da República modera, intervém e influencia em situações extremas, sendo o garante do regular funcionamento das Instituições.
E, o que os Portugueses gostariam de saber, era como e quando o País sairá da grave crise económico/financeira que o afecta, quando haverá a melhoria das empresas com o consequente acabar do desemprego e da pobreza, mas é matéria que não depende da sua função. No entanto, há muitas questões nucleares, que não foram abordadas, ao contrário de outras, que são apenas "questiúnculas" eleitorais.
Para ser Candidato basta ser Português de origem, ter mais de 35 anos e a candidatura proposta, por um mínimo de 7.500 cidadãos eleitores. É esse o "quadro" e, portanto os 6 Candidatos têm legitimidade. Mas, apesar dessa legitimidade, interrogo-me porque se candidataram, Defensor de Moura, Fernando Nobre, Francisco Lopes e José Manuel Coelho, antecipadamente perdedores. Marcarem uma posição? Levarem a decisão para uma 2ª. volta?
Defensor de Moura, socialista, antigo Presidente da Câmara de Viana do Castelo, tem atacado Cavaco Silva de não ter sido leal, isento e, sobretudo, abstencionista. Provavelmente o mais político de todos os políticos candidatos. Pensa ter os votos dos socialistas, que não votam em Manuel Alegre, por ter o expresso apoio dos "Bloquistas".
Fernando Nobre, Presidente da AMI, cidadão íntegro, respeitado, independente, candidata-se em nome de "valores" , desígnios, dizendo que gostaria de fazer um "contracto" com os Portugueses. Afirma que seriam suficientes 100 deputados na A.R. e, que o Sistema Político Português está caduco e perverso. É um idealista, longe, muito longe, de como se faz a Política em Portugal.
Francisco Lopes, apoiado pelo Partido Comunista - apresenta-se bem preparado e, com algum " folclore " político -, mas não passa da sua "correia de transmissão". Visa, fundamentalmente, "fixar" e fazer a contagem do seu eleitorado.
Manuel Alegre, que "não mais parou" desde que perdeu as eleições internas para José Sócrates, apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda, Partido com fortes indícios de quem se encontra refém, vinha a ter uma campanha "cinzenta", "amorfa", com muitas dificuldades, em conciliar o inconciliável, até que aparece o "caso" Sociedade Lusa de Negócios/BPN a "agitar" e a reanimar as suas "hostes". Mas, a campanha não pode esgotar-se na "politiquice" destes "casos". Ambos são pessoas sérias e de grande honorabilidade e a "verdadeira" política, com os "problemas" reais que" inquietam" os Portugueses, têm que entrar na campanha.
Os "debates" (?) entre eles, foram extremamente "cerimoniosos", "amorfos", – com "críticas", sempre ao mesmo, ao ausente Cavaco Silva - e, que quase parecia haver um pacto de não agressão, como que a dizerem: se houver 2ª volta, cá estaremos do mesmo lado.
José Manuel Coelho, o controverso e polémico deputado Madeirense, apresenta-se com dois discursos: um para a Madeira, em que critica João Jardim e outro para o Continente em pretende dar voz a quem a não tem, como os desempregados e os pobres. É um candidato de "fait-divers", que pretende ganhar "visibilidade" para as próximas eleições regionais.
Cavaco Silva, apoiado pelo PSD, é o Candidato mais bem colocado, porque durante cinco anos fez campanha eleitoral através da presidência da república, pode ganhar à 1ª volta. É Político, apesar das suas sucessivas tentativas de se demarcar deste epíteto, revela dificuldades quando os outros candidatos denunciam as suas acções, que põem em causa a "grandeza intelectual" e conhecimento "técnico" que orgulhosamente refere. Finge conhecer a realidade portuguesa, estrangeira, sobretudo a europeia. Tem mantido com o Governo cooperação estratégica pouco séria, atingindo o ponto mais alto, nas celebres escutas à presidência, e os contactos com o Executivo e a Oposição que levaram à aprovação do Orçamento para 2011, foi estratégia política para garantir a sua reeleição.
Os Portugueses deverão certificar-se o que está subjacente a cada discurso. É que por vezes, vai um "abismo" entre o "parecer" e o "ser". Só assim, apreenderão e compreenderão, inteiramente, a realidade. Importa dizê-lo, porque o deturpar, o denegrir, a aleivosia e o próprio radicalismo, são uma constante de "alguns".

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Desta vez não há lugar à indiferença

"Estamos perante uma luta política, social, ideológica, muito intensa e decisiva para o futuro de Portugal e da democracia. Estão em confronto dois projectos – um projecto progressista, democrático, baseado nos valores da justiça social e da Constituição da República e um projecto conservador e que tem características restauracionistas. Desta vez não há lugar à indiferença, não há lugar a baixar os braços, não há lugar à abstenção."

Manuel Alegre

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Conto convosco para dar um sentido a este tempo sem sentido

Ao contrário do grande poeta Alexandre O’Neil, eu nunca senti Portugal como um remorso. Da minha visão da História faz parte a convicção de que Portugal é um destino. Um destino que está nas nossas mãos e pelo qual, mais do que nunca, todos somos responsáveis. E é por isso que me candidato a Presidente da República." (...) "E é por isso que conto convosco. Para que juntos tentemos dar um sentido a este tempo sem sentido. E para que me ajudem a reconstruir a palavra esperança."

Manuel Alegre

domingo, 9 de janeiro de 2011

Orientação política

No quadro do debate sobre o Orçamento da Câmara Municipal de Felgueiras para 2011, o Partido Socialista defendeu, também na Assembleia Municipal de Felgueiras, que, a par de um esforço importante na área da acção social e da criação do emprego, era crucial uma aposta empenhada e proactiva na I&D, que são, reconhecidamente, o motor fundamental do crescimento de todos os concelhos que exibem sectores do “terciário superior” mais dinâmicos e economias mais vigorosas. Infelizmente, Felgueiras tem perdido sistematicamente investimentos nestes domínios para os concelhos vizinhos. A manter-se esta situação, o concelho de Felgueiras irá continuar a perder protagonismo económico e cultural, no quadro do Vale do Sousa.

sábado, 8 de janeiro de 2011

2010 foi negro para as empresas portuguesas


O ano de 2010 não foi o melhor para as empresas portuguesas. Os efeitos da crise levaram quase quatro mil empresas a pedir a insolvência, mais 8,29% que no ano transacto.
Os dados do Instituto Informador Comercial revelam um crescimento de 305 casos de pedidos de insolvência, em relação ao ano de 2009 e de 1188 face a 2008.
A maior parte dos pedidos de insolvência ocorreram no distrito do Porto, 1003 empresas, seguindo-se Lisboa com 797 e Braga com 575. Em termos percentuais, foram os distritos de Beja, Faro, Portalegre e o arquipélago dos Açores que registaram os maiores aumentos. Portalegre registou o maior crescimento (86,67%) – passou de 15 pedidos em 2009, para 28 em 2010.
A nível nacional, os sectores da agricultura, silvicultura e exploração florestal, pesca e aqui-cultura, foram os sectores de actividade que registaram a maior subida. Os sectores da construção, promoção imobiliária e comércio, continuam a ser os que mais pesam no número de empresas que fecharam as portas no último ano, deixando no desemprego milhares de trabalhadores. Dos 1058 casos registados, 846 correspondem só ao sector da construção, sendo que 536 são referentes ao sector da promoção imobiliária e construção de edifício, um dos segmentos mais afectados pela crise económica – este último sector registou um agravamento de 157 casos num ano. Com a situação a agravar-se desde 2002, a construção e o imobiliário deixaram sem emprego 206 mil pessoas, sendo responsáveis por 47% do total de desempregados em Portugal.
O comércio a retalho e por grosso é, no seu conjunto, o segundo sector com maior número de insolvências, 1001 em 2010. No entanto, ambos os tipos de comércio registaram um ligeiro recuo no número de processos de insolvência, em relação a 2009.
Incapazes de fazer frente aos concorrentes europeus, a agricultura e a produção animal acumulou, no ano transacto, 29 empresas em situação de insolvência, mais 18 do que em 2009. Na silvicultura e exploração florestal sete empresas declararam-se em dificuldades, quando o sector, dois anos antes, registava apenas um caso. Situação idêntica à pesca e aqui-cultura, que regista quatro casos, contra um há dois anos.
Os números preocupam os empresários e sobretudo os trabalhadores, que vivem sob a constante ameaça de perder o emprego, com o agravamento da situação económica do país. O ano de 2011 começou com novas medidas de austeridade, com aumentos nos impostos, nas taxas de serviços públicos, e nos descontos para a Caixa Geral de Aposentações.
A juntar ao acréscimo dos preços do pão, da electricidade, transportes, combustíveis, telecomunicações e medicamentos, as medidas do Governo obrigarão as famílias portuguesas a apertar ainda mais o cinto. E as dificuldades das empresas deverão ser ainda maiores, o que poderá levar a um aumento das falências em Portugal, e consequentemente ao crescimento do desemprego.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Boas notícias

No período de Setembro a Novembro de 2010, as exportações registaram face ao período homólogo (Setembro a Novembro de 2009) um aumento de 12,8% e as importações de 4,6%, determinando um desagravamento do défice da balança comercial em 468,3 milhões de euros.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Debate BPN

Impressionante como o PSD tenta branquear o caso de polícia de gestão criminosa de Oliveira e Costa e quer lançar poeira para os olhos fazendo insinuações sobre a actual gestão. Dizer que os problemas do BPN são pós nacionalização é espantoso e ultrapassa os limites do racional. Esquecer a quantidade de ex-governantes do PSD que fizeram parte da gestão privada do BPN é pouca vergonha. Haja pudor!!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Foi assim em 2010

Durante o ano de 2010 o Partido Socialista, nas reuniões da Câmara Municipal, bem como na Assembleia Municipal, apresentou um conjunto de propostas que no seu entender poderiam perfeitamente ser consideradas pelo executivo da Nova Esperança, liderado por Inácio Ribeiro, uma vez que as mesmas se enquadravam nas promessas eleitorais feitas por esta coligação e para as quais o orçamento apresentado dava resposta. A resposta da Nova Esperança foi aquela que todos conhecemos e que é marca de imagem deste executivo, ou seja, não deu ouvidos a nada e continuou a sua acção de costa voltadas para todos, mas mesmo assim sabe reclamar colaboração e cooperação política.
Para que conste aqui ficam as propostas por nós apresentadas:
Em Dezembro de 2009 votamos favoravelmente uma proposta, apresentada pelo MSP, para a criação de um grupo de trabalho com o objectivo de estudos o preço da água;
Construção do Canil Municipal;
Rápida intervenção na Piscina Municipal, tendo em consideração o estado de degradação que a mesma apresenta, pondo em risco funcionários e utentes, bem como a aquisição de equipamentos para as actividades da academia, para a necessidade de um posto médico de apoio aos utentes, clubes que frequentam as instalações da Piscina Municipal para a sua prática desportiva e que, também, poderia servir de apoio aos clubes que utilizam a zona desportiva;
Para a construção do Campo de Jogos do União Desportiva de Torrados;
Aumento de ecopontos e a necessidade de diversificar a recolha selectiva de outros produtos poluentes, nomeadamente óleos domésticos, lâmpadas, pilhas e rolhas. Tendo a questão da recolha de óleos papel fundamental na economia municipal;
A diminuição das Taxas Municipais, nomeadamente Taxas de publicidade, taxas dos espaços equipamentos desportivos e piscina municipal e taxas de edificação de uma habitação.
Remodelar os Parques Desportivos do Barrosas e do Futebol Clube da Lixa, dando desta forma dignidade e condições seguras para a prática desportiva;
A construção do Parque Radical na Cidade da Lixa;
A distribuição gratuita de livros escolares até ao 9º ano de escolaridade para as famílias mais carenciadas;
Construção dos passeios e arranjo das bermas na estrada que liga as freguesias de Torrados e Sernande;
No que concerne ao regulamento de prestação de apoio à população idosa, apresentamos um conjunto significativo de recomendações e propostas no sentido de melhor a qualidade de vida desta população, nomeadamente a gratuitidade das viagens para hospitais, centros de saúde, clínicas e para os cuidados de saúde, aumento dos valores comparticipados para a aquisição de medicamentos, maior transparência e menos burocracia na atribuição do cartão do idoso, isenção das taxas nos equipamentos desportivos, sociais e culturais, isenção no pagamento de consumo de água para uso doméstico, caso não sejam ultrapassados os cinco metros cúbicos mensais, desde que o contador esteja em seu nome há pelo menos um ano, isenção no pagamento das tarifas de lixo e saneamento, descontos percentuais nas compras efectuadas em estabelecimentos comerciais aderentes;
Apresentamos a proposta de devolução de IRS de acordo com Lei das Finanças Locais, que consistia na devolução integral do valor de 5% do IRS liquidado a todos os munícipes contribuintes deste imposto, valor esse que pela Lei seria transferido na sua totalidade para os cofres da Câmara Municipal;
Conjuntamente com o MSP apresentamos a proposta, de acordo com a recomendação nº 1/2009 do IRAR/ERSAR, a mesma que recomenda a abolição da Taxa de Disponibilidade, para que o município deixe de cobrar tarifas pela execução de ramais e pela ligação do sistema público ao sistema predial, no abastecimento de água e saneamento, para a criação o tarifário social para utilizadores domésticos cujo agregado familiar possua rendimento que não ultrapasse o valor anual da retribuição mínima mensal garantida (SMN). Este tarifário social deverá concretizar-se pela abolição das tarifas fixas de água, saneamento e resíduos sólidos, seja também criado e aplicado o tarifário Familiar de Consumo de Água através do ajustamento dos escalões de consumo em função da composição do agregado familiar. Por exemplo, numa família com 4 elementos, o 1º escalão deverá ir até 15m3 e por fim propusemos ao executivo para que este tome a medida cautelar de criação de um Plano Social de Emergência, ao qual deverá ficar adstrita uma verba de montante suficiente (FUNDO DE EMERGÊNCIA) para fazer face ao agravamento da situação no futuro e que poderá assumir contornos de tal forma graves que possa estar em acusa a própria sobrevivência dos mais carenciados.

Termino alertando para a falta de vontade, por parte do executivo liderado por Inácio Ribeiro, em baixar o preço da água e a criar medidas de descriminação positiva que beneficiem e distingam as famílias mais numerosas e mais carenciadas. Desta forma se pode constatar quem tem tem preocupações sociais.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Imagem do Dia

Cheias na Austrália: Turistas alemães presos num rio infestado de crocodilos

Casa dos Segredos

Um dos pontos da ordem de trabalhos da última Assembleia Municipal foi a discussão e a aprovação do Orçamento de 2011. Nas intervenções sobre este tema as rubricas "outros e outras" mereceu um ênfase especial e foi solicitado esclarecimento para o facto de nos últimos orçamentos apresentados (2010 e 2011) ter aumentado o número de vezes que estas são mencionadas e neste último ano aumentou consideravelmente as verbas que as mesmas apresentam.
Milhares e milhares de euros escondidos em rubricas pouco transparentes, que não dignificam a qualidade dos documentos e que levam a tecer considerações e comentários duvidosos sobre quem os produziu e defende!
Acresce a tudo isto o silêncio do Presidente da Autarquia, Inácio Ribeiro, que na sua intervenção não referiu uma única vez a necessidade da existência destas rubricas e porque motivo têm aumentado quer em quantidade, quer nos valores que as mesmas apresentam.
A falta de clareza desta matéria, e o segredo que teima em guardar, transforma Inácio Ribeiro num potencial concorrente na próxima série da Casa dos Segredos!

Bom Ano

Senti-me um pouco cínico quando desejei bom ano a amigos e conhecidos. Os indicadores internacionais, nacionais e locais apontam para um ano que não vai ser bom. Mais dificuldades, os preços aumentam, os impostos aumentam, o desemprego aumentará, e a nível local o investimento será cada vez menor!
Ficar agarrados a estes fatalismo será contagiar a pouca esperança que nos resta, importa pois deixar para trás os lamentos e as lamurias tão características dos portugueses e acreditar que o amanha será melhor, afinal esta é uma das funções que nos estão reservadas.
Mesmo caindo no ridículo de me considerar e de me considerarem cínico, desejo a todos um bom ano. Um 2011 de verdade, de esperança, de amor, de alegria e muita saúde!

Tempo de Antena

Um espaço plural de debate e troca de opiniões, onde todos, uns mais que outros, podem ter o seu tempo de antena, desde que obedeçam ás regras básicas do respeito pela opinião dos outros. Aqui não serão permitidas ofensas pessoais ou referencias ofensivas!
Este blogue pretende ter um grupo residente de colunistas, em que cada um poderá dissertar sobre o tema que muito bem entender, sabendo que Felgueiras será o protagonista principal deste projecto.
Está aberto oficialmente o canal onde cada um poderá ter o seu tempo de antena!